JAQUELYNE BALSANI

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Os sotaques brasileiros

Bom, sempre há quem pergunte. Tenho sotaque? qual é a diferença?
Não é simples tentar transmitir em palavras os sotaques de uma determinada região, pois sotaque é som e não gíria, como algumas pessoas pensam.
Então eu resolvi fazer uma matéria especial para quem queira saber tudo sobre o assunto.


É recomendável que leia estes dois tópicos para poder entender ligeiramente os pressupostos posteriormente.

O que é sotaque?

Sotaque é uma maneira particular de determinado locutor pronunciar determinados fonemas em um idioma ou grupo de palavras. É a variante própria de uma região, classe ou grupo social, etnia, sexo, idade ou indivíduo, em qualquer grupo linguístico, e pode-se caraterizar por alterações de ritmo, entonação, ênfase ou distinção fonêmica. É também o nome usado para a pronúncia imperfeita de um idioma falado por um estrangeiro.
 O que é fonologia?


Fonologia (do Grego phonos = voz/som e logos = palavra/estudo) é o ramo da Linguística que estuda o sistema sonoro de um idioma, do ponto de vista de sua função no sistema de comunicação linguística. Esta é uma área muito relacionada com a Fonética, mas as duas têm focos de estudo diferentes. Enquanto a Fonética estuda a natureza física da produção e da percepção dos sons da fala (chamados de fones), a Fonologia preocupa-se com a maneira como eles se organizam dentro de uma língua, classificando-os em unidades capazes de distinguir significados, chamadas fonemas.
/f/ e /v/ são exemplos de unidades distintivas do Português. É o que podemos observar num par mínimo como faca/vaca, pois o que garante a diferenciação entre essas duas palavras é a permutação entre os dois fonemas referidos. Unidades como [d] e [d͡ʒ], por sua vez, não fazem distinção entre palavras no português, embora sejam diferentes sob a ótica da Fonética.
E.g., em quase todas as variedades do português no Brasil, o fonema /d/ é pronunciado de maneiras diferentes, dependendo de sua posição relativa a outros sons: diante de [i], é realizado como [d͡ʒ], ao passo que, diante de outras vogais, é pronunciado como [d] (cf. a diferença na pronúncia do primeiro som das palavras dívida e dúvida). Por não haver contraste entre as duas formas de pronúncia, a Fonologia não concebe os dois sons como fonemas distintos; entende-os como uma unidade do ponto de vista funcional e examina as condições sob as quais se dá a alternância entre eles.
Além disso, a Fonologia também estuda outros tópicos, como a estrutura silábica, o acento e a entonação.
Gostaria de indicar este vídeo, é bom demais como essa rapaz consegue imitar corretamente os sotaques.




Como é o sotaque paulista?

Os Paulistas mesmo puxam bem o R com um som bem abafado e engraçado, por mais que em São Paulo exista pessoas de todas as regiões do Brasil.
Coloca "i" em qualquer sílaba que termine com EM ou EN:
nem= neim
tempo= teimpo
Outra dica:
palavras oxítonas que terminam com "vogal+S(ou z)" sempre têm um i no meio da pronúncia:
mas= "mais"
faz= "fais"
mês= "meis"
paz= "pais"
arroz= "arrois"
cartás= "cartais"

no final da palavra, O vira "u" e E vira "i"
sabe= sábi
mole= móli
mato= mátu

não existe o som "ti" ou "di" no sotaque paulistano. NUNCA! Nós falamos "chi"(como a sílaba espanhola) ou "tshi" para "TI"; "gi" (pronúncia italiana) ou "g" (letra inglesa) para "DI"
tinha= tshinha
Parati= Paratshi
elefante= elefantshi
gatinha= gatshinha
forte= fórtshi
dia= djia
de(preposição)= dji
dialeto= djialeto

R tem 3 sons!
no começo da palavra ou duplicado (rr)= R francês ou J espanhol
rato
carro

entre vogais ou entre consoante e vogal= R espanhol, ou gaúcho
maré
trevo
matreiro
fazer o máximo

no final da sílaba (a menos que a palavra seguinte comece com vogal!)= R inglês ou R mineiro
mar
carpete

Como é o sotaque carioca?

Com o seu puxado Ch, S e X, pois são influenciados pelos originadores, os Portuguêses que falam igualzinho, oque maissssssssss posso falar sobre esse povo?

dialeto carioca é uma variação linguística do português brasileiro. Vale lembrar que o dialeto carioca é típico da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Até 1808 o Rio de Janeiro era prioritariamente habitada por escravos e descendente de portugueses, situação que se manteve durante quase a totalidade da história da cidade. Percebe-se de maneira clara no dialeto carioca essa influência africana, em especial na africanização de várias consoantes no falar carioca, em contraste com outros dialetos brasileiros, que sofrem maior influência europeia ou indígena.

  • palatalização do /d/ e /t/ para as africadas palato-alveolares [d͡ʒ] e [t͡ʃ]quando antes de /i/;
Exemplos:  [ˈd͡ʒiɐ];  [ɐ̃ˌt͡ʃiɡaˈmẽt͡ʃɪ]
  • A sibilante coda é realizada como uma fricativa palatoalveolar surda [ʃ]quando antecede consoantes surdas ou quanto está na posição pré pausa, mas é sonorizada pra [ʒ] ao anteceder uma consoante sonora, na mesma palavra ou com sândi, e varia pra [z] quando está com sândi com uma vogal;
Exemplos:  [ˌbõzaˈmigʊʃ];  [bõʒˈd͡ʒiɐʃ];
  • r coda, que era pronunciado como uma vibrante simples alveolar, sofreu variações históricas, passando a ser pronunciado como uma vibrante múltipla alveolar, depois uvular, passou a ser uma fricativa surda e também pode ser articulado no véu palatino, mas não é sonorizado nem quando antecede uma consoante sonora, por exemplo, mar morto é pronunciado como *[maɣˈmoxtʊ]]. Esta variação está sujeita a sândi quando antes de vogais, ainda sendo pronunciada como uma vibrante simples, mais precisamente como um tepe;
Exemplos:  [aˌmoɾeˈtexnʊ]; <árvore> [ˈaxvoɾɪ];  [ˈaxkʊ];
  • O l coda, que era pronunciado como uma aproximante lateral alveolar velarizada [ɫ], foi labializado [lʷ], e depois semivocalizado [w];
Exemplos:  [maw];  [awˈgẽȷ̃];  [aˈzuw]
* Carioca da Zona Norte/Oeste: Usado na Zona Norte e Oeste do Rio numa parte da Região Metropolitana, onde usa-se muito o "Tu" ao invés de "Você" e uma forte pronúncia chiada nas palavras com "S".


* Carioca da Zona Sul: Mais próximo do Dialeto Fluminense, preferindo o uso do "Você" ao invés do "Tu" e a pronúncia menos chiada dos "S" nas palavras.
Como é o sotaque mineiro?


O jeito de falar dos nosso companheiros é muito legal, pois eles adoram cortar as palavras e imendar com outras, fazendo abreviações engraçadas, além do inconfundivel Treem, que significa “coisa” e o Joia “legal”.




mineiro ou montanhês é o dialeto do português brasileiro falado na região central do estado de Minas Gerais. Essa variante, que ocupa uma área que corresponde aproximadamente ao Quadrilátero Ferrífero, incluindo-se a fala da capital, Belo Horizonte, é um dos dialetos mais facilmente distinguíveis do português brasileiro.
Ele deve ser diferenciado do dialeto caipira, que cobre áreas do interior de São Paulo, Paraná e das regiões sul do próprio estado por receber influência do interior de São Paulo.
O dialeto mineiro apresenta as seguintes particularidades fonéticas:
  • Apócope das vogais curtas: parte é pronunciado part' (com o "t" levemente sibilado).
  • Assimilação de vogais consecutivas: o urubu passa a ser u rubu.
  • Permutação de "e" em "i" e de "o" em "u" quando são vogais curtas
  • Aférese do "e" em palavras iniciadas por "es": esporte torna-se sportchi.
  • Apócope do "d" nos gerúndios: chovendo passa a ser chuvenuCantando passa a ser cantanu.Fazendo passa a ser fazenuTomate passa ser tumat' (com o "t" levemente sibilado).
  • Somente o artigo é flexionado no plural, à semelhança do caipira: os livros é dito us livruMeus filhos se pronuncia meus filhu.
  • Contração freqüente de locuções: abra as asas passa a ser abrazaza.
  • Alguns ditongos passam a ser vogais longas: fio converte-se em fiipouco é dito poco.
  • Algumas sílabas são fundidas em outras. -lho passa a ser i (filho ⇒ fii), -inho converte-se em -inh(pinho ⇒ pinh).
  • "r" é pronunciado como uma consoante aspirada: rato.
  • Sonorização do "s" final antes de vogal.
A letra R no final das sílabas também possui uma sonorização única quase imperceptível, apesar de que nas maiores cidades é um pouco similar ao R aspirado pronunciado no Rio de Janeiro, Norte e Nordeste do país. Já nas proximidades da divisa com o estado de São Paulo o R (no final das sílabas) sofre a influência do interior de São Paulo.
Uai: Interjeição iniciada antes de uma frase. Pode significar espanto,dúvida, concordância. Atribui-se, sem comprovação científica, a origem da interjeitção "Uai" à adaptação da palavra why do inglês durante a presença inglesa na construção de ferrovias.
Português padrãoDialeto mineiro
Você comprou as roupas que eu lhe pedi?Cê comprô as ropaqu'eu tii pidi?
Quantos anos você tem?Quan zan ' tem?
O que é que ela falou?Que qu'ela falô?
Eu vou à praça com você.Eu  na práss c'ocê.
Ele comprou aqueles cadernos para vocêEi' comprô aquês cadern pr'ôcê.
Eu estou ajudando-a a carregar as malas.Eu  ajudãn ela carregá as mala.
Eu gosto de você.Gós d'ôcê.
Eu sou de Belo Horizonte.Eu  de Belorizontch. (ou Beaga)
Quem é você?Quem 'qu'é ocê?.
Que horas são?Conta zora?
Sábado Passado…Sáb'passad'.
Você é daqui mesmo?Cê' é daqimês?
Massa de TomateMas' d'tumati
Posso colocar o pó?Pó' pô' o pó?
Onde que eu estou?"Oncôtô?"


Como é o sotaque gaúcho?



dialeto gaúcho é um dialeto do português falado no Rio Grande do Sul, e em parte do Paraná e de Santa Catarina. Fortemente influenciado pelo alemão e italiano, por força da colonização, e espanhol e pelo guarani, especialmente nas áreas próximas à fronteira com o Uruguai, possui diferenças lexicas e semânticas muito numerosas em relação ao português padrão - o que causa, às vezes, dificuldade de compreensão do diálogo informal entre dois gaúchos por parte de pessoas de outras regiões brasileiras, muito embora eles se façam entender perfeitamente quando falam com brasileiros de outras regiões. Foi publicado um dicionário "gaúcho-brasileiro" pelo filólogo Batista Bossle, listando as expressões regionais e seus equivalentes na norma culta.


A fonologia é bastante próxima do espanhol rioplatense, sendo algumas de suas características a ausência de vocalização do "l" em "u" no final de sílabas, e a menor importância das vogais nasais, praticamente restrita à vogal "ã" e aos ditongos "ão" e "õe". Gramaticalmente, uma das características mais notáveis é o uso do pronome "tu" em vez de "você" (diferente do usado em São Paulo), mas com o verbo na terceira pessoa ("tu ama", "tu vende", "tu parte") porém não é raro ouvir a conjugação do "tu" correta. Outra característica é a forte entonação da última vogal nas palavras terminadas em "e" (por exemplo "leite", "frente"), diferentemente de outras regiões do país que trocam o "e" por "i" ("leiti", "frenti").
  • aipim = mandioca
  • ancinho = rastilho, rastelo, ciscador, catador de folhas
  • aprochegar = aproximar-se, chegar perto;
  • aspa = chifre
  • aspaço / aspada= chifrada
  • atucanado = atrapalhado, cheio de problemas;
  • baita = grande, crescido;
  • bergamota = tangerina;
  • bochincho = festa informal;
  • bodoque = estilingue;
  • bolicho = boteco, botequim;
  • borracho = bêbado;
  • branquinho = beijinho (doce);
  • brigadiano = Policial militar da Brigada Militar (corporação equivalente à Polícia Militar)
  • cacetinho = pão francês;
  • cancheiro = pessoa que tem experiência e/ou habilidade em alguma coisa
  • carpim = meia de homem
  • chapa = radiografia ou dentadura
  • chavear = trancar com a chave;
  • china ou chinoca = prostituta; (É um enorme erro pensar que china é prostituta, apenas é uma forma de denominar mulher, ao dizer que as chinas acompanhavam os FARRAPOS, é o mesmo que dizer que as mulheres seguiam as tropas.)
  • chinaredo = bordel; onde fica o chinaredo.
  • colorado = torcedor do Sport Club Internacional;
  • corpinho = sutiã;
  • cuecão = ceroula;
  • cuia (para mate)= parte da planta 'lagenaria vulgaris' usada para o chimarrão.
  • cupincha = camarada, companheiro, amigo;
  • cusco = cachorro, cão pequeno;
  • entrevero = mistura, desordem, confusão de pessoas, briga;
  • fatiota = terno;
  • folhinha = calendário;
  • gaudério = gaúcho;
  • gremista = torcedor do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense
  • guaipeca / guapeca = cachorro viralata.
  • guampa = chifre;
  • guria = menina, moça;
  • inticar = provocar;
  • lancheria = lanchonete;
  • lomba = ladeira;
  • macanudo = sujeito forte, respeitável, talentoso;
  • melena = cabelo;
  • minuano = vento vindo do sul que trás as massas gélidas do Pólo Sul.
  • negrinho = brigadeiro (doce);
  • pandorga = papagaio, pipa;
  • parelho = liso, homogêneo;
  • patente = vaso sanitário;
  • pebolim = totó, fla-flu;
  • pechada = batida, trombada (entre automóveis)
  • pedro e paulo = dupla de policiais militares;
  • peleia = briga;
  • piá/guri = menino, garoto;
  • pila = palavra regional que dá nome a moeda nacional, no caso o Real (ex: 10 pila, 25 pila - usa-se sempre no singular);
  • prenda = mulher do gaúcho;
  • quebra-molas = lombada;
  • sarjeta = meio-fio;
  • sestear = dormir depois do almoço;
  • sinaleira = semáforo;
  • talagaço = golpe;
  • taura = o mesmo que macanudo;
  • tchê = pessoa, "cara";
  • tercear ferro = lutar com adagas, facões ou facas grandes.
  • terneiro = bezerro;
  • trava = freio, breque;
  • tri = muito (ex: trilegal, tribonita);
  • veranear = passar o verão;
  • vivente = criatura viva, pessoa, indivíduo;
  • xirú= índio ou caboclo. Na língua tupi quer dizer "meu companheiro"

  • agüentar o tirão = sustentar uma opinião;
  • andar pelas caronas = andar mal, estar em dificuldade;
  • arrastar a asa = enamorar-se;
  • botar os cachorros = falar mal de alguém;
  • chorar as pitangas = lamuriar-se;
  • dar com os burros n'água = dar-se mal, ser mal sucedido;
  • deitar nas cordas = fazer corpo mole;
  • de orelha em pé = atento, de sobreaviso;
  • de rédeas no chão = entregue, submisso, apaixonado;
  • de varde = de balde, em vão;
  • de vereda = imediatamente, já;
  • é tiro dado e bugio deitado = acertar de primeira; ter certeza do que faz;
  • entregar as fichas = ceder, concordar;
  • estar com o diabo no corpo = estar furioso, insuportável;
  • frio de renguear cusco = frio tão intenso que pode deixar um cachorro mancando;
  • índio velho = camarada;
  • ir aos pés = fazer as necessidades no vaso sanitário;
  • juntar os trapos = casar, viver junto;
  • lamber a cria = mimar o filho;
  • largar de mão = desistir, abandonar;
  • matar cachorro a grito = estar sem dinheiro, estar na miséria, viver com dificuldade;
  • meter a viola no saco = calar-se, desistir, acovardar-se;
  • morar para fora = morar no campo (fazenda, sítio ou vila pequena)
  • na ponta dos cascos = (estar) em posição excelente, pronto para atuar;
  • no mato sem cachorro = em dificuldade, em apuros;
  • olhar de cobra choca = olhar dissimulado;
  • se aprochegar = chegar mais próximo, se acomodar;
  • sentar o braço = surrar, espancar, esbofetetar, bater;
  • terneiro guacho = tomador de leite;
  • tomar uma camaçada de pau = apanhar;
  • tomar uma tunda de laço = apanhar;

  • Bah! = Nossa! - é primariamente, uma interjeição de espanto, mas pode ter outros usos, como, por exemplo, mostrar hesitação ao iniciar uma frase.
  • Capaz? = É mesmo?, Imagina! - indica espanto e dúvida ao mesmo tempo quanto ao que a pessoa acabou de ouvir.
  • Que tri! = Que legal!

Comparações:

  • Na Cidade de São Paulo: Você pegou algumas frutas?
No Rio Grande do Sul: Tu pegou algumas frutas?
  • Na Cidade de São Paulo: Que tombo feio!
No Rio Grande do Sul: Mas que pialo feio, Tchê!
  • Na Cidade de São Paulo: Que "muleque" rápido!
No Rio Grande do Sul: Mas que "guri" ligeiro esse! Tchê!
Há diferenças também nas próprias regiões do Rio Grande do Sul, por influência da colonização:
  • Na cidade de Porto Alegre: Bah, ! Tu viu que o cara cuspiu no chão?
Na cidade de Pelotas: Bah, tchê! Tu viste que o cara pulou a cerca?
Na cidade de Passo Fundo: Bah, tchê! Tu viu que o piá pulou de para-quedas?

No Rio Grande do Sul, além deste dialeto, fala-se também o Riograndenser Hunsrückisch, outro dialeto falado entre os colonos alemães e também o Talian, falado pelos colonos italianos. São considerados dialetos nativos, uma vez que, embora provenientes de idiomas exóctones (alemão e italiano), desenvolveram-se no Rio Grande do Sul.
Como é o sotaque cearense?




dialeto cearense é uma variante do português brasileiro falada no estado do Ceará. Conta com aproximadamente 8,5 milhões de falantes no próprio estado, além de milhares de falantes de origem cearense em outras áreas do Brasil. Possui variações internas, principalmente na região do Jaguaribe e do Cariri cearense.
Abaixo estão listadas algumas características típicas ou mais frequentes no dialeto cearense.

Pronomes de segunda pessoa

Os cearenses usam preferencialmente o pronome de segunda pessoa "tu", ao lado do pronome "você", mas ambos sempre com conjugação na terceira pessoa do singular. O uso de um ou outro pronome está relacionado, no Ceará, ao nível de intimidade entre os interlocutores conjuntamente com a simetria ou assimetria do papel social exercido por eles, determinando o claramente o uso dos três pronomes de largo uso no dialeto: "tu", geralmente pronome indicador de familiariedade; "você", ora usado com um traço formal, ora íntimo, a depender da situação; e "o senhor", reservado não só a pessoas de status superior, mas também àqueles com quem não se tem qualquer tipo de intimidade. Ao contrário do que ocorre no Rio de Janeiro, por exemplo, há sempre uma concordância entre "tu" e "você" e suas formas oblíquas e possessivas, mesmo entre as pessoas de mais baixa escolaridade.

Abertura das vogais pré-tônicas [e] e [o]

A abertura das vogais médias pré-tônicas [e] e [o] (que passam para [ɛ] e [ɔ]) é típica dos dialetos do Norte-Nordeste do Brasil, distinguindo-os nitidamente dos dialetos do Centro-Sul. No dialeto cearense, porén, esse fenômeno é de caracterização peculiar, estando relacionado a uma regra de harmonia vocálica de traço relativa à vogal da sílaba posterior, além da neutralização e redução vocálicas, diferentemente do que ocorre no dialeto baiano e outros. Assim, os cearenses pronunciam as vogais /e/ e /o/ abertas ou fechadas conforme a vogal da sílaba anterior induza sua abertura ou fechamento: por exemplo, tem-se "hotel" [ɔ'tɛw] mas "loteria" [lote'ɾiɐ].

Fonemas "nh" e "lh"

Há várias mudanças com os fonemas [ʎ] e [ɲ] ("lh" e "nh"):
  • apagamento do "nh" antes da vogal "i" (p.ex., "rainha" > [hɐ̃'ĩɐ]);
  • iotização do "nh", em algumas situações, na sílaba medial () e, principalmente, na sílaba final com frequente apagamento da última vogal, geralmente [ʊ] ("tamanho" > [tɐ̃mɐ̃j̃] - "tamãe" - ou [tɐ̃mɐ̃j̃ʊ]; paninho > [pɐ̃'nĩ] ou [pɐ̃nĩʊ̃]);
  • iotização do "lh" em sílabas medial e final em algumas palavras, particularmente "filho" (que é realizado como [fij]);
  • contudo, aparece também com grande frequência a não-iotização, mas sim permanência, do "nh" e "lh" naquelas mesmas posições supramencionadas, o que parece ser influenciado em parte pela presença de vogais abertas ([a] [ɛ] [ɔ]) posteriores a esses fonemas.

Palatalização de fricativas (/s/ e /z/)

O dialeto cearense nem se configura como o sulista, nem como o carioca, quanto à possibilidade de palatalização das fricativas, mas num meio termo. As fricativas nunca são palatalizadas em final de palavra nem, no geral, antes de consoantes, mas apenas quando se seguem a elas consoantes alveolares dentais (/t/ e /d/). Assim, diz-se sempre "aspa" [aspɐ] e "mesmas" [mezmɐs], mas "estrela" [iʃ'tɾelɐ] e "desdém" [dɛʒ'dẽj̃].

Mudanças fonéticas e traços arcaizantes

Embora em decadência pelo aumento da escolaridade e por outras influências, há ainda muitos fenômenos de transformação fonética, principalmente nas zonas rurais, como apontado por Florival Seraine:
  • aférece = acostumado
  • Síncope: "xícara" > xicra [ʃikrɐ]
  • Epêntese: "cotovia" > "cutruvia" [kutɾu'viɐ]
  • Hipérteses: "ceroula" > cilora [si'loɾɐ]
  • Apócope: "ridículo" > ridico [hi'd(ʒ)ikʊ]
  • Prótese: "juntar" > "ajuntar" [aʒũ'ta]
  • Dissimilação: "manhã" > "menhã" [mẽɲɐ̃]
As variantes das zonas mais isoladas e rurais ainda retêm alguns aspectos e palavras do português mais arcaico, por exemplo, o ditongo /uj/ que se reduziu a /u/ modernamente ("fruito" e não "fruto"), e termos e formas alternativas como "magotes", "dezasseis" (dezesseis), "mior" (melhor), "tratos" (negócio), "pro 'mode" e "pr'amode" (derivado de "por amor de"), etc. Alguns dos fenômenos citados acima foram verificados em textos lusitanos de séculos atrás.


Neutralização dos fonemas [v], [ʒ] e [z]

Um fenômeno típico do falar cearense, muito usado em imitações humorísticas do dialeto, é a neutralização dos fonemas [v], [ʒ] e [z] como simplesmente [ɦ], variante do fonema /r/ típico do Nordeste brasileiro, em várias situações, por exemplo: "estava" ([iʃ'tahɐ]); "mesmo" ([meɦmu] ou até ['meɦum]); e "gente" ([ɦẽt(ʃ)i]).
De início, via-se esse fenômeno como típico da fala plebéia e rural, gerando estigmatização do falante. Mais tarde, segundo alguns autores, essa transformação passa a ser vista como ocorrendo principalmente na linguagem rápida e descontraída, para fins de facilitar a articulação, representando assim uma variante dialetal usada em situações de familiaridade e relaxamento. Outros, contudo, consideram que ela é causada principalmente por fatores lexicais e interacionais. Assim, as causas que influenciaram essa mudança seriam: a natureza da consoante ou da vogal seguinte e a presença do morfema do pretérito imperfeito "ava".

O dialeto do Ceará possui consideráveis variações internas de acordo com a região ou mesmo o nível social do falante, havendo notáveis diferenças entre os falares do Norte e do Sul do estado, assim como entre a língua culta urbana e a língua coloquial do interior rural. Essas diferenças se revelam principalmente em expressões e termos usados localmente, assim como palavras preferencialmente usadas numa área ou em outra (por exemplo, usa-se preferivelmente "ata" em Fortaleza e na Região Norte do estado, enquanto "pinha" no Cariri, ou ainda "fruta-do-conde"). No entanto, há também distinções fonéticas de região para região, particularmente com relação à Região do Cariri, onde o /t/ e /d/ são sempre dentais antes de "i", e não palatalizados; o "n" não sofre palatalização como ocorre, por exemplo, em Fortaleza, tornando sutilmente diferente a pronúncia de "menino"; e, na fala popular rural, há vários exemplos de vocalização dos fonemas /r/ e /l/ ("salgado" > "saigado"; "porco" > "poico").

O dialeto cearense possui grande quantidade de palavras e expressões populares usadas largamente pela população e que lhe são peculiares, dando ensejo até mesmo à publicação de vários dicionários de cearês catalogando essas expressões. Há termos no dialeto cearense com função expressiva e criados a partir de associações sensoriais ou imaginativas com o seu significado, como: bafafá,estrovengaespilicutemamimolênciaescalafobético.. Ademais, há termos relacionados com a cultura e a economia locais, comoalfinim ou alpercata, assim como derivações de corruptelas ou arcaísmos, como bribado e bêbo ("bêbado", decorrente de briba, corruptela de "víbora") ou canelal (derivado de "canela", significando um agrupamento de pessoas da ralé), ruma e arruma (que significa monte 'de objetos, pessoas'), assim como palavras formadas por derivação regressiva ou prefixação, como "eguar" (andar a ermo, vagar) ou, pelo contrário, "estrompa" (sujeito violento) e mucheada (corruptela de mancheia, punhado). Por fim, há diversas palavras usadas em sentido diverso do original, como branca em sentido de "cachaça" e amarelo como sinônimo de "pálido", e uma série de arcaísmos do português que persistiram no dialeto cearense, principalmente rural, como malino e assoprar.
Algumas marcas do dialeto cearense, mas não necessariamente exclusivas dele, são as interjeições usadas frequentemente para dar expressividade às frases, tais como: eita!arre égua!ave! ou ave maria!vixe!(que vem de virgem) ou ixe!oxe! (mas raramente oxente),diab'é issopera hóstia (corruptela de pela hóstia). Há também formas regionais de termos para serem usados como vocativo, como macho e suas variantes (manchomanch, machmacho véi), assim como cabra (ou mais comumente caba).
Algumas expressões e termos típicos do dialeto cearense são:
  • Adjetivos: abestado (bobo, desatento, otário), abirobado (louco), amancebado (relativo a quem vive com alguém sem casar-se), amarelo queimado (cor laranja, termo alternativo a este), espilicute (referente a crianças fofas, graciosas além de desinibidas), gasguito (pessoa com voz estridente ou esganiçada), marmota (estranho, desajeitado), muquirana (mão-de-vaca, que dificilmente gasta dinheiro), peba (ordinário, de baixa qualidade), etc.
  • Substantivos: galalau (homem alto), varapau (pessoa muito magra e alta), cambito (perna muito fina), batoré (pessoa muito baixa), curubau ou canelau (gente rude, ralé) Catiroba(mulher feia, desajeitada) Catita (também mulher feia, desajeitada), etc.


Como é o sotaque nortista?


Amazofonia, ou dialeto nortista, refere-se ao dialeto empregado por boa parte dos habitantes da região amazônica (ou seja, a região norte do Brasil) e de seus sete estados. Segundo a geografia da língua portuguesa, o Brasil possui 11 dialectos, sendo esse encaixado como "dialecto nortista". Trata-se do dialeto lusófono que abrange a maior extensão territorial entre todos no planeta.
A região norte do Brasil tem pelo menos dois dialetos de destaque: o tradicional dialeto, utilizado pela maioria dos habitantes da área, nas duas maiores cidades (Belém do Pará e Manaus), totalmente em 4 dos 7 estados da região (Acre, Amazonas, Roraima e Amapá) e parcialmente em 1 (Pará); enquanto outro dialeto é utilizado pelos "migrantes de 70" e seus descendentes: na região sudeste do Pará (região de Carajás), no Estado de Rondônia e no Estado de Tocantins: um dialeto derivado de misturas de nordestino, mineiro, capixaba, goiano e gaúcho.
Tem como símbolo o correto emprego de verbos na segunda pessoa do verbo, exemplo: "tu fizeste","tu és", "tu foste", "tu chegaste", além do "r" e "s" como de carioca, "d" com som de "dj" e "t" com som de "tch", tendo como fama também a limpidez e a nitidez na pronúncia. Também tem o som de "l" e "li" palatalizado, como "famílhia" (família) ou "palhito" (palito).
Para pessoas de outras regiões, esse sotaque pode soar como sotaque carioca, porém existem diferenças primordiais, como:
  1. não há palavras gingadas, como no sotaque carioca;
  2. quase não existe o emprego de "você", salvo as formalidades;
  3. não se trocam os som das letras "s" por "r";
  4. tende-se a usar mais ênclises a próclises;
A explicação para a composição e formação desse sotaque é histórica: devido a forte colonização portuguesa na região norte, em diversas vezes ao longo da história, e a pouca influência linguística e cultural de outros povos. Esse sotaque é empregado em quase toda a região amazônica.
Em uma visita a Belém do Pará, o renomado professor de língua portuguesa, Pasquale Cipro Neto, afirmou que considera o sotaque local (o "tradicional sotaque do norte") conjugado assim como em Lisboa, Portugal.
Não é um sotaque tão bem definido como outros, justamente por sua peculiaridade de formação, porém tem marcante o uso do "s" como o do sotaque paulista, e outras peculiaridades. Esse sotaque existe no sudeste do Pará, em Rondônia e no actual Tocantins desde meados da década de 70, quando houve uma maciça migração desordenada de nordestinos, goianos, sudestinos e sulistas para a região, atraídos com a descoberta da maior reserva mineralógica do planeta (em Carajás, no Pará) e pela oferta de terras baratas e acessíveis em abundância.


Como é o sotaque sertanejo

dialeto sertanejo é um dialeto do português brasileiro. É falado nas regiões do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, em partes de Minas Gerais, alguns locais do interior de São Paulo e em outros estados.



Esse sotaque se caracteriza pelos "socos" nas palavras e o uso do "r" caipira, mas ainda assim não é bem definido.



Como é o sotaque nordestino?





Os dialetos nordestinos  são os falares da variante da língua portuguesa usada nos estados do Nordeste brasileiro, é o dialeto com maior número de falantes com mais de 53.078.137 sofrendo variações. Segundo a classificação proposta por Antenor Nascentes, esses dialetos, juntamente com os dialetos amazônicos, constituem o chamado português brasileiro setentrional, em comparação com as variantes do português faladas nos demais estados brasileiros.
O dialeto nordestino, entre outros dialetos compatriotas, pode ser dividido em dois grandes blocos. O primeiro bloco é formado pelos dialetos nordestinos setentrionais e os nordestinos meredionais (baianos ou nordestinos do sul).
O dialeto nordestino setentrional, é formado pelos dialetos nordestino do norte e do centro (central), além de abranger uma parte do dialeto nortista, que, na jurisdição da região Nordeste, passa a ser denominado meio-norte ou maranhense.
Já o dialeto baiano pode ser divido em "baiano do oeste" e "baiano do recôncavo". Dessa forma, pode-se definir outra diferenciação, sendo em três grandes dialetos da região, dispensando os termos setentrional e meridional.
Dessa forma, os dialetos mais aparentes podem ser definidos como "dialetos nordestinos":
  • do meio-norte (nortista ou maranhense): presente do Maranhão e Piauí;
  • do norte ou cearense: presente no Ceará;
  • do centro: presentes nos interiores do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe;
  • do sudoeste (ou baiano do oeste): presente no interior da Bahia;
  • do sudeste (ou baiano do recôncavo): presente do Recôncavo Baiano;
  • metropolitanos: assim como no Recôncavo Baiano, há ligeiras diferenças entre o interior e as regiões metropolitanas dos estados como em João Pessoa e Recife, devido as recentes imigrações de outros estados.
Pode-se observar que, em alguns estudos, os dialetos baianos influenciam as áreas fronteiriças de outras regiões, como Minas Gerais,Goiás e Tocantins, o que faz com que alguns linguistas considerem como uma parte integrande do grupo sulista. Apesar destes mesmos estudos demonstrarem que o dialeto sulista e o baiano serem vizinhos, o termo "sulista" é mais adequado (e é usado) para definir o dialeto da região Sul, neste aspecto o melhor termo seria grupo "centro-sulista" que conota à região geoeconômica Centro-Sul e que reanmente tem vizinhança com os dialetos baianos, com evidência aos dialetos mineiro e sertanejo. Alguns poucos linguistas contestam a relação entre os dialetos baianos e o grupo sulista, ou centro-sulista.

Algumas peculiaridades gramaticais do português falado no Nordeste são: a omissão do artigo definido antes de nome próprio com a função implícita e instintiva de diferenciar objetos, animais e coisas de pessoas e afins, poupando assim artigos que seriam desnecessários e em demasiado "artificialesco" (forçado, algo não-natural e não-espontâneo), e acordo com os falantes dessa variação (p. ex.: "Maria foi à feira"em vez de "A Maria foi na feira") e a inversão da colocação da partícula negativa (p. ex.: "Sei não" em vez de "Não sei").

O léxico adotado no Nordeste é, em sua maioria, o mesmo usado nas demais regiões do Brasil e em Portugal; contudo, pode haver grandes mudanças semânticas. Alguns exemplos dessas mudanças são palavras como "zunir", que quer dizer "arremessar", enquanto em outros lugares do Brasil designa o ruído do vento; ou "prenda", que no nordeste significa "presente", enquanto em outras regiões do Brasil significa "garota". O "tu",assim como no Sul do Brasil,é usado frequentemente na região nordeste. Em 2004, o jornalista Fred Navarro lançou o Dicionário do Nordeste, contendo cerca de cinco mil palavras e expressões peculiares à região.


dialeto caipira é um dialeto da língua portuguesa falado no interior do estado de São Paulo e em parte dos estados do norte do Paraná, leste do Mato Grosso do Sul, sul de Minas Gerais, sul de Goiás e parte do interior do Sul Fluminense, no Rio de Janeiro, no Brasil. Difere acentuadamente do idioma padrão brasileiro em sua estrutura fonológica, sendo algumas características "r aproximante alveolar [ɹ] ou retroflexo [ɻ]", a ausência de consoantes laterais palatais (lh), que são permutadas pela semivogal "i", a permutação do "l" de fim de sílaba por r, a apócope ou síncope em palavras proparoxítonas e a aférese em muitas palavras. Possui numerosas expressões próprias, e, ao contrário do que acontece com a língua padrão do Brasil e de Portugal, o plural só é indicado em um substantivo ou adjetivo quando este não é determinado por um artigo, ex.: singular: casa; plural: casas; singular: a casa branca, plural: as casa branca.



Possui morfologia e sintaxes próprias. Pode ser dividido em cinco subdialetos:
  • O primeiro, falado na região sul do estado de São Paulo (regiões do Vale do Ribeira, Sorocaba, Itapetininga e Itapeva), caracteriza-se pela marcação do "e" gráfico sempre pronunciado como fônico. Assim, palavras como "quente" e "dente" possuem o "e" átono pronunciado como /e/ e não como /i/, comum no português padrão do Brasil. Essa é também uma característica do português falado na região de Santa Catarina, Paraná e no Rio Grande do Sul.
  • O segundo subdialeto é das regiões do Médio Tietê (Campinas, Piracicaba, Capivari, Porto Feliz, Itu, Santa Bárbara d'Oeste, Americana,Limeira, Rio Claro, São Carlos, Araraquara e Jaú). Caracteriza-se pelos erres retroflexos inclusive em início de sílaba (como em caro, parada) e em dígrafos (frente, crente). Caracteriza-se também pela não-palatalização dos grupos "di" e "ti" fônicos.
  • O terceiro subdialeto compreende as regiões norte, nordeste e noroeste (Ribeirão Preto, Franca, São José do Rio Preto) e oeste (Araçatuba, Presidente Prudente, Bauru, Marília) do estado de São Paulo, região sudoeste de Minas Gerais (São Sebastião do Paraíso,Passos), além de parte do estado do Paraná e de Mato Grosso do Sul. Caracteriza-se pelos erres retroflexos só em corda vocálica (final de sílabas), tais como em "porta", "certo", "aberto" e palatização dos grupos "di" e "ti" fônicos.
  • Um quarto subdialeto compreende a região Mesorregião do Vale do Paraíba Paulista (Taubaté, Guaratinguetá) e Litoral Norte (São Paulo). Caracterizando-se pelos erres retroflexos só em corda vocálica (final de sílabas), tais como em "porta", "certo", "aberto" e com ausência de palatização dos grupos "di" e "ti" fônicos.
  • O quinto grupo corresponde ao Triângulo Mineiro e grande parte do estado de Goiás. Compreende um subfalar com pronúncia tais como o grupo três e com ritmo típico do dialeto mineiro, com elevação do tom nas sílabas tônicas, e erres retroflexos só em corda vocálica (final de sílabas), tais como em "porta", "certo", "aberto" além da palatização dos grupos "di" e "ti" fônicos. O Sul de Minas Gerais e parte da Região Sul do estado do Rio de Janeiro possuem esta mesma variação de sotaque caipira.

Artigos

  • Definido: u, a, uz, us, az, as

  • Indefinido: um, uma, unz, uns, umaz, umas
No dialeto caipira, é o artigo que determina o número, permanecendo o substantivo inalterado.
Os artigos no plural variam de acordo com a fonética, porém, ainda sem regra estabelecida. Ex: az muié (as mulheres), uz ómi (os homens), as coisa (as coisas), us prímu (os primos) etc.

Verbos

Conjugação

  • No dialeto caipira, o verbo não é flexionado como acontece na norma culta -- onde se obedece à concordância numérica -- mas fica sempre no singular.
Exemplo: Verbo SER = SÊ : eu sô, (o)cê é, ele é, nóis é, cêis é, êis é
  • O mesmo se dá com o verbo IR = I (e, praticamente, com todos os verbos mais usados).
Exemplo: eu vô, (o)cê vai, ele vai, nói(s) vai, cêis vai, êis vai

Infinitivo

  • No dialeto caipira, os verbos no infinitivo perdem o 'r':
Exemplo: Brincar: Brincá; Olhar: Olhá; Comer: Comê; Chorar: Chorá; etc.

Gerúndio

  • No caipirismo, o gerundio perde o 'd'.
Exemplo: Falando: Falano; Correndo: Correno; Tomando: Tomano; Regulando: Regulano, etc.

LH

  • No dialeto caipira, o 'LH' no meio de palavras é substituído por 'i'.
Exemplo: Falhou: Faio; Mulher: Muié; Alho: Aio; Velho: Véio; Trilho: Trio; Olhei: Oiei; etc.

5 comentários:

  1. Uau, gostei de mais de sua matéria!! Bem interessante. Dê uma visitinha em meu blog de cursos e dicas de desenho: www.graphisestudio.blogspot.com.br
    Abraço!!

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  2. Gosteii Muito tenho sertesa que vou tira nota:10
    amanhã ná escola..Parabêns pelo site...........

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  3. mas tem o sotaque cuiabano que esta se propagando pelo mat grosso ...
    pois a anos atraz vc conhecia um cuiabano pelo seu linguajar agora as pessoas ja estão usando as girias e o som ao falar ...

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  4. Eu sou maranhense e não falo igual o pessoal do Nordeste e nem do Norte. Gostei dessa matéria

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  5. A matéria em si foi muito útil! Mas o texto sobre sotaques cariocas e paulistas era pra ninguém ler? Porque a cor da fonte não ajuda ;-;

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