JAQUELYNE BALSANI

terça-feira, 28 de junho de 2011

RESUMO COMPLETO DO LIVRO - FOGO MORTO (José Lins do Rego)

Resumo completo do livro FOGO MORTO do grande escritor brasileiro José Lins do Rego.


Esta postagem contém os dados do livro, e no final o resumo coloquial escrito por mim.

O regionalismo de 30


Publicado em 1943, Fogo Morto é a última obra-prima do regionalismo neo-realista surgido no Brasil durante a década de 30. 
A prosa de ficção dos anos 30 deu continuidade ao projeto dos primeiros modernistas, a chamada fase heróica, de 1922, de aprofundamento nos problemas brasileiros através de uma literatura regionalista, de caráter neo-realista, preocupada em apresentar os problemas e as desigualdades sociais do Brasil.


Prevalece uma narrativa direta, sem as ousadias formais dos romances de Oswald de Andrade, como Memórias Sentimentais de João Miramar, ou do Macunaíma de Mário de Andrade.
Os regionalistas de 30, como Jorge Amado, Graciliano Ramos e José Lins do Rego, enfatizam, assim como o modernismo inicial, o uso da linguagem coloquial, popular, na obra de arte literária. Mas há uma diferença fundamental. 


Enquanto os modernistas de 22 procuravam "escrever errado", reproduzindo as incorreções gramaticais da fala popular de maneira programática na linguagem literária, os regionalistas de 30, já livres das convenções da linguagem parnasiana acadêmica, escrevem com simplicidade, apenas ocasionalmente desrespeitando a norma culta da língua portuguesa.


Fogo Morto é também o último suspiro da série de romances a que o próprio José Lins do Rego, grande contador de histórias, diretamente influenciado pelo regionalismo do sociólogo pernambucano Gilberto Freyre, haveria de chamar de O ciclo da cana-de-açúcar, que têm como matéria básica o engenho Santa Rosa, do velho José Paulino, avô de seu alter-ego, Carlos de Melo. 


Em nota à primeira edição de Usina (1936), considerado por José Lins como o último romance da série, o próprio escritor nos explica suas intenções ao realizar este ciclo de romances: 
Com Usina termina a série de romances que chamei um tanto enfaticamente de "Ciclo da Cana-de-açúcar". 
A história desses livros é bem simples -- comecei querendo apenas escrever umas memórias que fossem as de todos os meninos criados nas casas-grandes dos engenhos nordestinos. Seria apenas um pedaço de vida o que eu queria contar. 


Sucede, porém, que um romancista é muitas vezes o instrumento apenas de forças que se acham escondidas no seu interior.
Veio, após o Menino de Engenho, Doidinho, em seguida Bangüê. Carlos de Melo havia crescido, sofrido e fracassado. Mas, o mundo do Santa Rosa não era só Carlos de Melo. Ao lado dos meninos de engenho havia os que nem o nome de menino podiam usar, os chamados "moleques de bagaceira", os Ricardos. 
Ricardo foi viver por fora do Santa Rosa a sua história que é tão triste quanto a do seu companheiro Carlinhos. Foi ele do Recife a Fernando de Noronha. Muita gente achou-o parecido com Carlos de Melo. Pode ser que se pareçam. 
Viveram tão juntos um do outro, foram tão íntimos na infância, tão pegados (muitos Carlos beberam do mesmo leite materno dos Ricardos) que não seria de espantar que Ricardo e Carlinhos se assemelhassem. Pelo contrário.
Depois do Moleque Ricardo veio Usina, a história do Santa Rosa arrancado de suas bases, espatifado, com máquinas de fábrica, com ferramentas enormes, com moendas gigantes devorando a cana madura que as suas terras fizeram acamar pelas várzeas. 


Carlos de Melo, Ricardo e o Santa Rosa se acabam, têm o mesmo destino, estão tão intimamente ligados que a vida de um tem muito da vida do outro. Uma grande melancolia os envolve de sombras. Carlinhos foge, Ricardo morre pelos seus e o Santa Rosa perde até o nome, se escraviza. Rio de Janeiro, 1936.J. L. R.
Em Menino de Engenho (1932), primeiro romance do ciclo, José Lins do Rego mostra, de maneira lírica e saudosista, o ambiente de engenho em que o garoto Carlinhos é criado após seu pai, desequilibrado mental, ter assassinado a mãe. 


Criado entre os "moleques de bagaceira", o garoto cresce sob o poder patriarcal avassalador do avô José Paulino. Aos doze anos, conhece a sexualidade através da "rapariga" Zefa Cajá, de quem contrai uma "doença do mundo". Por fim, é mandado ao colégio interno, para "endireitar", perder os hábitos da "bagaceira", e se tornar um legítimo "senhor de engenho". 


Após descrever a vida de Carlos de Melo no colégio interno, em Doidinho (1933), José Lins do Rego nos mostra o seu retorno ao Santa Rosa, aos 24 anos, já formado em Direito, no seu romance seguinte, Bangüê (1934). Carlinhos tenta, então, se readaptar ao engenho, sempre permeado por uma sensação de impotência frente ao espírito autoritário de seu velho avô. 


Após a morte do velho José Paulino, Carlos acaba por levar o Santa Rosa à ruína, vende o engenho ao tio Juca, e abandona para sempre as suas terras. Considerado por José Lins o último livro do ciclo, Usina (1936) apresenta o engenho transformado na usina Bom Jesus. 


Dirigida pelo Dr. Juca, a usina vai perdendo a sua força. Pressionada por interesses estrangeiros e pela usina Santa Fé, que domina toda a região, acaba invadida por miseráveis em busca de alimentos e, por fim, o Dr. Juca a vende e a abandona melancolicamente. Mas o engenho Santa Rosa, assim como alguns de seus moradores, voltaria a aparecer na obra-prima de José Lins do Rego, Fogo Morto.


O ciclo apresenta, portanto, o processo de decadência dos engenhos da zona da mata nordestina, que perdem seu poder e são engolidos pelas forças emergentes da usina e do capitalismo moderno.
Embora desse o ciclo por encerrado com a publicação de Usina, em 1936, José Lins do Rego lançaria Fogo Morto sete anos mais tarde. Nesta obra, retoma a mesma idéia nuclear dos romances anteriores, assim como o engenho Santa Rosa e a figura do coronel José Paulino, ainda que de maneira periférica. 


O romance, portanto, pode ser considerado com um integrante tardio do "ciclo" que José Lins havia considerado acabado.
Mais do que isso, acaba por ser a maior obra deste mesmo ciclo, pois, ao minimizar o caráter autobiográfico e nostálgico das obras precedentes, o romancista paraibano acrescenta à sua extraordinária facilidade de narrar, que mais lembra um contador de histórias marcado pela oralidade e pela naturalidade, a objetividade e a consciência compositiva que o caráter sentimental e espontâneo das obras anteriores encobria. 
Em Fogo Morto, portanto, o romancista maduro e consciente se sobrepõe ao memorialista nostálgico para construir sua obra-prima: síntese, aprofundamento e condensação de todas as outras.


O romance se passa no município de Pilar, na Zona da Mata paraibana, às margens do Rio Paraíba, distante cerca de 50 quilômetros de João Pessoa, próxima a Itabaiana. A maior parcela da ação se desenvolve nas terras do engenho Santa Fé, nos arredores do Pilar. Na cidade, passa-se boa parte da última seção da obra.
O desenrolar dos acontecimentos se dá durante os primeiros anos do século XX, com uma regressão temporal à época da fundação do engenho Santa Fé, em 1850. E embora seja traçada rapidamente a história do engenho até o momento narrado, as ações em si não duram mais do que alguns meses.


Os "engenhos" do Nordeste eram, originalmente, estabelecimentos agrícolas destinados à cultura da cana e à fabricação do açúcar. Com a ascensão das usinas, que passaram a comprar dos engenhos sua produção bruta, a cana de açúcar ainda não processada, para fabricar o açúcar, a maior parte desses engenhos foi, aos poucos, deixando de "botar", moer a cana para a fabricação do açúcar. 


Passam, então, apenas a vender a matéria prima às usinas, tornando-se engenhos "de fogo morto". Perdem, assim, boa parte de seu poder, tornando-se reféns dos preços pagos pelas usinas. É como se encontra, ao final de Fogo Morto, o decadente engenho Santa Fé.
Fogo Morto é dividido em três partes. Cada uma delas traz no título o nome de um dos três personagens principais do romance. Mas as três partes se entrecruzam, os personagens aparecem ao longo de todo o livro. 
O coronel Lula de Holanda, senhor de engenho inepto e decadente, o mestre José Amaro, seleiro pobre e orgulhoso, e Vitorino Carneiro da Cunha, o papa-rabo, herói quixotesco, defensor estabanado dos oprimidos. É Vitorino, misto de Dom Quixote e Sancho Pança, em suas andanças e na sua busca ingênua de justiça, quem estabelece as relações entre todas as personagens, servindo como ponto central da narrativa.


A primeira parte do romance centra-se na casa, à beira da estrada no engenho Santa Fé, do Mestre José Amaro, seleiro orgulhoso e machista, que recusa-se a ser dominado por qualquer um, só trabalha para quem escolhe e admira o cangaceiro Antônio Silvino. 
Boa parte deste trecho da obra se constrói através dos diálogos travados por José Amaro com os passantes. Entre estes está o compadre Vitorino Carneiro da Cunha, apelidado pelas crianças de Papa-rabo. O Mestre irrita-se com o Coronel Lula de Holanda, dono das terras em que mora, e que sempre vê cruzando a estrada em seu cabriolé, sem jamais parar para cumprimentá-lo. 


Vai adiando, portanto, atender ao chamado do Coronel para que vá com ele conversar na casa grande. Vemos o lento processo de enlouquecimento de Marta, sua filha, em quem José Amaro bate para tentar curar. 
O Mestre recebe uma encomenda de compras de Antônio Silvino e sente-se muito orgulhoso em poder ajudá-lo. Seu caráter fechado e ranzinza vale-lhe a fama de se transformar em "lobisomem", e as pessoas temem encontrar com ele à noite. Por fim, tem que mandar a filha para o hospício em Recife e acaba por atender ao chamado do coronel Lula, que lhe ordena que se retire de suas terras.


2ª parte: O Engenho do Seu Lula

3ª parte: O Capitão Vitorino
Guimarães Rosa é opaco, pois quer que se olhe sua frase antes de a entender. Machado de Assis e Graciliano Ramos ficam no meio termo: desejam se revelar ao mundo sem desdenhar a construção elegante do enunciado.
As três novelas que se relacionam. Em cada parte há um clímax.


Primeira Parte: O Mestre José Amaro 
Fogo Morto é uma obra-prima de José Lins do Rego, livro que mostra com linguagem forte e poética a decadência dos engenhos de cana-de-açúcar.
Publicado em 1943, Fogo Morto é a última obra do mais expressivo dos ciclos de José Lins do Rego: o da cana-de-açúcar. Apesar de marcar o término da série, com a decadência dos senhores de engenho, o romance também assinala seu auge, seu momento de superação, constituindo uma obra-prima da literatura regionalista, de caráter neo-realista.
Fogo morto é a denominação dada a um engenho que já não mói mais.
O romance, narrado em terceira pessoa, é dividido em três partes. Cada uma conta com seu próprio protagonista, como se fossem três histórias distintas e sucessivas. Os três protagonistas, conforme atesta Bosi, "são expressões maduras dos conflitos humanos de um Nordeste decadente".
Os personagens principais se inter relacionam durante toda a narrativa. Estes são:
§  Mestre José Amaro
§  Coronel Lula de Holanda
§  Capitão Vitorino (que é considerado o personagem mais bem construído da literatura brasileira)
Cada uma das personagens principais representa, na verdade, uma classe social da população nordestina. As três personagens centrais estão envolvidas no cenário de miséria, doenças, e por uma politicagem e prepotência policial que defendem as minorias fortes e, como saída, o cangaço. A Narrativa esta quase inteiramente ambientada no Engenho Santa Fé.
Primeira parte ████████████████████████████████████
Na primeira parte, o mestre José Amaro, seleiro orgulhoso e conservador, espalha rancor à sua volta. Temido pelo povo da várzea por sua aparência horrível e pela raiva acumulada, ele surra a filha histérica com o intuito de cura-la,e também maltrata a esposa.
Segunda parte ████████████████████████████████████
Na segunda parte do romance, o coronel Lula de Holanda, também orgulhoso, não consegue fazer prosperar o engenho que recebera de herança. Autoritário, não permite que nenhum homem se aproxime da filha, que permanece melancólica e solteirona. Depois de sofrer um ataque de epilepsia na igreja, torna-se devoto. Gasta todo o dinheiro que lhe restou. Por fim, leva o engenho a fogo morto (propriedade que não produz mais).
Terceira parte ████████████████████████████████████
Na terceira parte o capitão Vitorino, senhor de engenho que acreditava que a lua era Nossa Senhora Aparecida e que escravos negros eram animais que mereciam sofrer. O Mestre José amaro se mata na sala da casa dele.
José Lins do Rego é um dos escritores mais importantes do chamado Neo-Realismo Regionalista Nordestino, que integra a segunda fase do Modernismo brasileiro, ao lado de nomes como Graciliano Ramos, na prosa, e Drummond, na poesia.
O tema central de Fogo Morto é o desajuste das pessoas com a realidade resultante do declínio do escravismo nos engenhos nordestinos, nas primeiras décadas do século XX. O romance conta a história de um poderoso engenho, o Santa Fé, desde sua fundação até o declínio, quando se transforma em "fogo morto", expressão com que, no Nordeste, designam-se os engenhos inativos. Retomando o espírito de observação realista, o autor produz um minucioso levantamento da vida social e psicológica dos engenhos da Paraíba. Em virtude do apego ao cotidiano da região, Fogo Morto apresenta não apenas valor estético, mas também interesse documental.
romance regionalista.

Na primeira parte domina a figura do seleiro Zé Amaro, morador revoltado do Engenho Santa Fé, que enfrenta enorme problema de inadaptação com o mundo. Na verdade, está praticamente se despedindo da vida. Em aguda crise existencial, pressente a morte nos mínimos detalhes. Permanece sentado na tenda de trabalho em frente de casa, à beira da estrada, por onde passam os diversos moradores 
do engenho.

A segunda parte de Fogo Morto traça os antecedentes da situação de José Amaro, que é semelhante à de seu compadre Capitão Vitorino Carneiro da Cunha, cujo destino também se confunde com a vida do engenho. Nesta parte, há um longo flashback ou retrospectiva da formação do latifúndio, em que se evocam as lutas do fundador, Capitão Tomás Cabral, para o estabelecimento daquela unidade econômica.

 A terceira parte concentra-se nas aventuras do Capitão Vitorino, cujas ações se pautam pelo desejo de justiça. Nesse particular, irmana-se a José Amaro. Mas é radicalmente contra a alternativa oferecida pelo cangaço. É também contra o governo, mas não admite a subversão da lei. Em rigor, é um aventureiro do sonho. Estabelece o elo entre ricos e pobres, fracos e fortes. Para ele, o homem mais valente do mundo é ele mesmo. Não obstante, empregava a valentia apenas no auxílio do próximo. Trata-se de uma paródia muito convincente de Dom Quixote. Por isso, sua figura resulta numa mescla de momentos sublimes com momentos ridículos. Apesar dos percalços, surras e prisões, é a única personagem gloriosa no romance.

 Fogo Morto é uma obra caracterizada pela captação da vida interior das personagens. Nela, a paisagem externa é importante, mas as vivências interiores recebem mais atenção do artista. Há muita ruminação psicológica no livro. Tal investigação do universo mental processa-se sobretudo através do discurso indireto livre, pelo qual se chega a densos monólogos interiores, que se confundem com o fluxo de consciência.

Personagens secundários
███
·        Sinha - esposa de José Amaro
·        Amélia - esposa de Coronel Lula
·        Adriana - esposa de Capitão Vitorino
·        Marta - filha de José Amaro
·        Neném - filha de Coronel Lula
·        Luís - filho do Capitão Vitorino (o único em ascensão social_
·        Tenente Maurício: opressor, comanda uma tropa de facínoras.
·        Negro Passarinho: cantor ingênuo, escravo recém-liberto, corroído pelo vício da bebida.
·        Coronel José Paulino: senhor de engenho que se alia a todos os governos.
·        à Cego Torquato: agente de ligação com Antônio Silvino
·        Cabra Alípio: devotado de corpo e alma ao cangaço

Os personagens principais
███
·        Mestre José Amaro: representa o povo ordeiro, trabalhador e esquecido do Nordeste.
·        Percebe a exploração e alia-se a Antônio Silvino.
·        Coronel Lula de Holanda: representa a aristocracia arruinada dos engenhos. Simboliza a recusa do progresso.
·        Vitorino Carneiro da Cunha: representa o herói pícaro, lembra os cavaleiros andantes.

Narrador: 3ª pessoa, onisciente
Ordem cronológica, sendo que o flash-back serve para situar os personagens na história
Predomínio do discurso indireto livre.

1ª parte: Mestre José Amaro

José Lins do Rego não valoriza muito a função poética da linguagem, embora seja lírico, pois privilegia a função emotiva da linguagem.


O romance
███
a) Mestre José Amaro: se encontra sozinha, a mulher foge. Solução: suicídio.
b) O Engenho do Seu Lula: Amélia está na casa-grande com o marido epilético e Antônio Silvino chega. Solução: fogo morto para o engenho.
c) Capitão Vitorino: ele é preso pelo tenente Maurício. Solução: Libertação para Vitorino.

███ RESUMO DO LIVRO FOGO MORTO ███

A partir de agora o resumo foi escrito por mim, proprietária do Blog, Jaquelyne Balsani.

A história se passa no município de Pilar, na zona da mata paraibana, principalmente no engenho Santa Fé do senhor Lula de Olanda.
Na primeira novela da história, é mais contada a vida do soleiro José Amaro, chamado por todos por Mestre Zé, que é um cabra arrogante, e que trabalha para quem quer quando quer, tem aparência doente, de olhos murchos e amarelos, é casado com D. Sinhá e tem uma filha; Marta, que com 30 anos de idade ainda está solteira.

O Mestre José Amaro é descontente com sua família, por não amar; e é descontente também com a política da cidade do Pilar. Ele admira o cangaceiro Antônio Silvino, por ser o único; em sua concepção, homem pra botar medo naquela gente. Ele admira também, apesar de tudo Vitorino Carneiro da Cunha; seu compadre, que ainda mais por ser um homem gozado pelos comumbembes da região, anda com a cara erguida, além de ter a panca de valente, tudo que o Mestre mais admirava em um homem.

O livro conta em uma passagem, um ataque de loucura na filha do Mestre, a Marta, e sua esposa Sinhá, tentando conter a filha de tamanha desgraça, o chama para ajudar, e ele vendo aquela cena de uma família perdida, sai na noite para "esticar as pernas", caminhando sob a escuridão, pois trabalhava "batendo sola" todo o dia em sua casa. Durante sua passeata encontra uma senhora, que na qual se assusta com a feiura do velho, no entanto o cumprimenta, e vai embora. No outro dia, quando volta a passear, por ter gostado de tal façanha, encontra uma casa cheia de gente, e todos chorando, e foi até lá saber do que se tratava. Chegando lá todas as mulheres e crianças correram e gritavam "- É ele, é ele"; era um velório, e o defunto era a tal mulher que encontrara na noite passada. Um rapaz que estava alí também gritou-as informando que era o Mestre Zé, e elas confirmavam que ele era o Lobisomem. O rapaz mandou Mestre Zé sair, antes que a coisa ficasse feia para ele. Mestre Zé foi, e durante a caminhada pela noite escura na mata, foi pensando o por que daquela gente o chamar de Lobisomem. Em todos os momentos do livro, quando há uma passagem solitária do personagem, José Lins do Rego, utiliza de uma narração sobre o sentimento do personagem.

O Mestre Zé Amaro, mora em uma casinha na beira da estrada, pela qual passam muitas pessoas, que param para conversar com ele, sobre muitos assuntos, mas inclusive sobre política. Ele quando não gosta do assunto, ou da pessoa, às vezes nem responde, ou se responde, é com arrogância; aí cabe ao leitor do livro pensar, será também por sua "falta de educação" ter sido chamado de Lobisomem pela população?


Aparece em bastantes passagens do livro o negro José Passarinho, um negro alforriado, e que tem a mania da bebida. Seu apelido fora Passarinho por gostar de cantar cantigas, que aparece muito. Passarinha gosta muito do Mestre, tanto é que ele sempre passa para cumprimentá-lo e contar o que se passa de novo na região.


Nesta primeira novela aparece também bastante o Capitão Vitorino, seu compadre, que é tachado como o velho de olhos azuis montado em uma égua velha de passo manso, que é insultado pelas crianças de "Papa-Rabo" por conta de sua contrariedade à seu primo político; José Paulino, que como o personagem desconfia, a mando dele. Vitorino admira o candidato Rego Barros, segundo ele, a única pessoa capaz de dar jeito naquela "canalha da população".


Sinhá ainda não sabia da língua solta da população, até quando em uma passagem ela lavando roupa no rio, se vê ao lado de outra lavadeira moça, e esta comenta sobre o tal homem da região que é lobisomem, aí Sinhá interrompe a moça dizendo "- Isto é mentira, ele é meu marido", a moça cobre-se de vergonha, e a Sinhá também, saindo o mais rapidamente que podia, vendo que o povo estava falando mesmo disso, além de que era seu marido.


O negro Floripes é um rapaz de confiança do senhor de Engenho Lula de Holanda, e o conta sobre as desconfianças do povo, sobre o tal fato do José Amaro ser Lobisomem. Lula, um homem fino e religioso, se irrita com tal infâmia em suas terras, e pensa em expulsá-lo.
Sinhá fica sabendo de tudo, e se vê triste por isso; tem medo, mas não comenta com o Mestre Zé.


Mestre Zé, através de Alípio, consegue uma aproximação com o homem que mais admirara, o cangaceiro Antônio Silvino, que este com o bando por perto, precisava de alimento, e Alípio, vem ao Mestre Zé para pedir-lhe algumas galinhas, este aceita a venda, e manda, durante a noite, Sinhá preparar as frangas. Passou a noite inteira alí, entregou-as à Alípio, e se sentiu grande, por poder ter ajudado aquele homem, o cabra macho, apesar de não ter visto ele cara a cara, e não ter dormido, se viu no outro dia disposto, pois a felicidade de um homem realizado tomava conta dele mesmo.


Após uma série de acontecimentos pequenos, o Mestre Zé é avisado que Lula o manda chamar, já ia com medo, com o aviso dos amigos, mas ira com confiança, via que podia contornar a situação.


Chegando na casa grande, Lula o perguntara quem manda, e o expulsara de suas terras, Mestre se vê ofendido, mas não rebate a informação do homem; mas se entristesse, pois morara alí desde crianças, e a casa da qual morava, fora ainda de seu pai.


Aí termina a primeira novela do Livro.


A segunda novela é O engenho de seu Lula, que faz um flashback sobre o início do Engenho. Que é um retorno ao início de tudo, para que o leitor conheça a história do Engenho, e de como é a vida do sr. Lula de Holanda.


Tudo começa contando a história do capitão Tomás Cabral de Melo, o fundador do Santa Fé; o engenho. O livro conta que Tomás construiu o engenho com a sua força, e seu suor, era um homem de muita honra, trabalhador, e bom para seus escravos. Sua esposa era Mariquinha, e tem duas filhas; d. Amélia e d.Olívia. O engenho anda de bom a melhor, sempre contando os esforços do velho Tomás.


Quando sua filha Amélia volta de viajem, percebe o quanto era preciosa sua filha, ela havia terminado os estudos, e havia voltado para ficar com ele. Ele tinha muito ciúme da menina, que era seu maior encanto, precisava, para ela, encontrar um casamento, mas não via alguém da região que pudesse com tamanha prenda. Dizia ele ser a moça perfeita para um homem, mas que em compensação deveria também estar a altura. Gostava de ouví-la tocar piano, que aliás era o único da região inteira, que mandara comprar par a felicidade da filha. Esta tocava valsas lindas e tristes para ele, que parava a vida, só apreciando a ternura dos sons tocados pelos dedos de fada de sua menina.


Em um dia, seu primo, Lula de Holanda, visita sua casa para resolver propósitos na região, Tomás percebe naquele momento, uma alegria, um encanto da filha por tal rapaz, que ele admirava muito. Apartir daquele dia Amélia tocava valsas alegres, que passava o seu sentimento de muita felicidade. Tomás aprovaria o casamente, só esperava a pedição de Lula pela mão da filha, mas isso não aconteceu.


Lula partiu, e a casa voltou as tristes valsas de Amélia, pensado ter perdido o pretendente. Mas Tomás recebe uma carta de Lula, era o tão esperado pedido de casamento. Ele aceita muito a união, e tanto se faz, que os dois se casam. Tomás admirava a elegância e postura do genro, porém, o achava sem atitude, e talvez, um tanto incapaz de caminhar o Engenho, quando estivesse nas mãos dele. Como não queria a casa vazia, e a filha por perto, pedira que os dois vivessem alí, dito e feito, Lula aceitara.


Mais tarde fica sabendo que a filha Olívia, ainda morando fora, está com doença grave, algum tipo de loucura, que o preocupara muito, e o deixa doente de tristeza. Manda trazer a filha pra casa, vendo aquilo de perde, perde a vontade de tocar o engenho. Amélia engravida, tem Neném, e ele alí, como outro homem, morre.


Na casa vivem agora somente Lula, Amélia, Olívia, Mariquinha e Neném [ Nome da personagem]. 
Lula tem muito apego à sua menina, e não deixa que sua sogra; Mariquinha, toque muito na filha. Mas esta fica triste, afinal, uma criança é uma alegria, e uma neta então, queria poder tocar na neta, mas os ciúmes do genro não deixava, este parecia não gostar da sogra, odiá-la, e talvez pensar que fosse fazer algum mal a criança. O tempo passou, Mariquinha morreu. Neném foi ser educada longe. E Amélia e Lula viviam alí no Engenho. Lula era muito ruim com os escravos, malvado mesmo. E tinha má fama no Pilar, não era para muitos amigos. 


Depois de chegar sua filha de viajem, colocada como moça de longos cabelos louros e olhos azuis, a mais linda de todas, ainda mais bela que a mãe, e ainda mais prendada, doce, a filha perfeita. Muito mais ciúme agora tinha o coronel de sua filha. Estava em casa, e encantava à todos, com sua plenitude, e elegância. Muito religioso, Lula sempre ia à Igreja, e fazia questão de ir de Cabriolé coma família, mostrando o máximo de poder que tinham, mesmo que não quisessem usar jóias, Amélia e Neném tinha, pois para Lula, era uma forma de mostrar a superioridade deles dos outros.


Neném se apaixonou por um moço de não agrado de Lula de Holanda, que ainda dizia preferir a filha morta do que casada com qualquer rapaz daquele lugar. Pensara até em uma fuga da filha com o rapaz, e fazia de tudo para impedir que isso acontecesse, trancou-a em casa, e a condenou a solidão, vivia ela agora triste, envelhecendo e solteirona, dedicou-se então a cuidar do Jardim.
Olívia viva sob os cuidados delas, e não escapou de tamanha tristeza, continuou alí, com suas loucuras. Houve a abolição da escravatura, e todos os negros do engenho se foram, pois eram muito maltratador por Lula, ficaram sozinhos na casa. Até conseguirem os empregados.
Lula confiava bastante no negro Floripes, do qual Amélia não ia com a cara, mas amava muito o marido, apesar de ele ser tudo aquilo que seu pai pensou que não era.


Aí termina a segunda novela do Livro.


A terceira novela é O capitão Vitorino, que volta a contar a história do presente da obra, quando parou o Mestre José Amaro com as ordens de despejo de suas terras, terras do Engenho Santa Fé, de Lula de Holanda.


Lula de Holanda recebe uma carta de Antônio Silvino, cangaceiro, que proíbe tal ordem de despejo à José Amaro, seu aliado. Lula se vê impotente diante das ameaças do cangaceiro, vendo que não tinha poder sobre sua própria terra.
Sob conselhos dos amigos e de inclusive Vitorino, o Mestre fica em sua casinha, e manda a esposa e a filha para a casa de Vitorino, seu compadre. Que mais tarde, combina a levada da filha Marta, para um hospício no Recife, que Vitorino faz com muito gosto, em honra ao amigo.


E Mestre alí vive sob a proteção de Antônio Silvino; o cangaceiro que ele mais admira. 
Até teve um dia em que o bando do cangaceiro invade a casa de Lula de Holanda, para roubar as moedas de ouro, que era do sr. Tomás Cabral. Alí fazem a família refém, até que Vitorino chega e começa com sua valentia enfrentar o chefão do grupo, e acaba apanhando por isso. Mas não perde a linha. Depois chega até a casa José Paulino, e consegue, com educação, convencer o grupo a se retirar.


Depois de um tempo, O tenente Maurício prende o cego torquato, nas suspeitas por envolvimento com os cangaceiros, e depois chega à casa do Mestre Zé, e o prende junto à Passarinho, que estava vivendo na casa com ele, para ajudá-lo nos serviços domésticos.
Lá são torturados na cadeia para que falem onde está o grupo, para eles irem à busca, e prender os homens. Mas eles não falam nada. Mestre temia uma surra, já velho; sabia que não aguentaria tal sova, como recebera seus companheiros de cela.


Vitorino logo sabe da prisão do compadre, e não deixa por só, pede ajuda às autoridades, e junto à eles consegue o habeas corpus para os presos. E alí, gozando de sua vitória para o tenente, este dá uma surra no velho Vitorino na rua mesmo, e prende novamente eles, dizendo preferir continuar com honra, mesmo que para isso perdesse a farda. Isso não adiantou muito, conseguiram sair da prisão, e tudo continuou "bem".


O livro termina com a desgraça do Engenho, a morte suicida de Mestre Zé em sua casa, e a falência do Engenho, com o avanço de outros meios para a agricultura, não mais o cultivo da cana-de-açúcar. Vitorino pergunta no final à passarinho " E como o Engenho bota?" ... " - Não bota mais Capitão, está de FOGO MORTO"


Fogo Morto: Engenho que não mói mais.

Muito legal esse vídeo, pessoal:



Este resumo foi escrito por mim que Li o livro.
BALSANI, Jaquelyne. 2011

Resumo do livro Fogo Morto. 1943
LINS DO REGO, José

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